segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Umbanda uma seita ou Religião

De um ponto de vista religioso costumamos ouvir e ler que o termo religião vem de um termo latino religare, que significaria uma ligação com o divino. Entretanto, consultando o dicionário podemos ver que religião e seita têm, respectivamente, os seguintes significados:



Religião:

- Culto prestado a uma divindade; crença na existência de um ente su­premo como causa, fim ou lei universal

- Conjunto de dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa

- A manifestação desse tipo de crença por meio de doutrinas e rituais próprios, crença, devoção, piedade



Seita:

- Doutrina ou sistema que se afasta da crença ou opinião geral

- Grupo de indivíduos partidários de uma mesma causa; partido, bando, facção

- Sociedade cujos membros se agregam voluntariamente e que se mantém à parte do mundo.

Para que possamos ter uma idéia mais avançada creio que devamos consultar também o termo Dogmas, que segundo o mesmo dicionário tem o seguinte significado:



Dogmas:

- Ponto fundamental de uma doutrina religiosa apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar.

- Qualquer doutrina (filosófica, política, etc...) de caráter indiscutível, em função de, supostamente, ser uma verdade aceita por todos.

- Princípio estabelecido; opinião firmada; preceito, máxima.

- Opinião sustentada em fundamentos irracionais e propagada por métodos que também o são.



Baseados nestes conjuntos de definições podemos entender que Religião é uma corrente doutrinária, em busca de uma aproximação do homem com o divino de alguma forma, a qual abarca certo número de pessoas seguindo determinadas práticas muito semelhantes, ou mesmo, completa­mente iguais independentes de regiões ou culturas.

Ela é baseada em um conjunto de aceitações, além dos dog­mas, (verdades aceitas pela fé) e que não têm necessidade de serem prova­das à luz da ciência. Algumas religiões, ou mesmo doutrinas, se dizem adogmá­ticas, coisa que é difícil de compre­ender, pois, se a religião tem um componente espiritual, ou seja, acredita no espírito e na sua manifestação, ai já está o maior dogma que se pode conhecer, já que apesar de saber-se existir, verdadeiramente, o espírito, que ele é imortal e que é a sede da inteligência do homem, não sabemos, absolutamente, quantos existem, quan­do foram criados, se ainda o são e quando deixarão de ser, além de não sabermos do que efetivamente são criados. (Não podemos esquecer que a maior parte dessas afirmações sobre os espíritos são essencialmente aceitas apenas pelos que têm como base religiosa as religiões de caráter espírita, o que os torna ainda mais misteriosos e, dessa forma, essen­cialmente dogmática qualquer definição sobre eles).

Sobre seitas, podemos resumir que sejam movimentos filosóficos, políticos, partidários, gremistas que podem ou não ter regras tão fixas como as religiões e dificilmente terão a participação tão homogênea que as religiões apresentam.

Baseados nessas considerações podemos afirmar que a Umbanda é uma religião e não apenas mais uma seita e ainda, por aceitar a existência do espí­rito, crendo fielmente na sua manifes­tação, podemos, sem qualquer sombra de dúvidas, classificá-la como uma religião espírita sendo seus partici­pantes, indubitável e inquestiona­velmente, tão espíritas como os praticantes de quaisquer outras religiões do mesmo jaez.

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